Resumo
O documentário longa metragem busca investigar a origem da cachaça, destilado brasileiro que apesar de ter mais 450 anos de história ainda deixa muitas incógnitas em relação a sua origem.
Objetivo
Com mais de 450 anos de existência, a cachaça é um patrimonio nacional com muitas incógnitas relacionadas às suas origens. Através de uma perspectiva antropológica, histórica e cultural, o documentário busca investigar as origens do destilado brasileiro e apresentar relatos, costumes e tradições que tornaram a bebida um dos maiores ícones da cultura brasileira.
O longa tem como objetivos:
– Apresentar a cachaça como identidade cultural do povo brasileiro, relacionando-a às principais manifestações sócio-culturais do país;
– Fazer uma pesquisa histórica sobre a origem do destilado brasileiro, fazendo um paralelo com a própria história do Brasil, analisando seus ciclos economicos e a expansão territorial do país;
– Contribuir para divulgar a cachaça enquanto patrimônio cultural imaterial brasileiro;
– Produzir material audiovisual que se constitua como fonte de informação histórica, social, cultural, econômica e poética sobre esse destilado legitimamente brasileiro.
Nº do Diário Oficial
12-0455
Onde vai acontecer
SP: Todas as cidades
Data de realização
Não definida
Público
O público do documentário A Origem da Cachaça é antes de mais nada formado por qualquer brasileiro interessado na cultura e história do seu país. É composto também por espectadores de fesfivais, salas de cinema, home video, internet e televisão.
Descrição
Há algumas versões sobre a origem da cachaça, uma delas conta que o destilado teria surgido em Pernambuco quando um escravo, que trabalhava no engenho, deixou armazenada a “cagaça” – um caldo esverdeado e escuro que se forma durante a fervura do caldo da cana. O líquido fermentava naturalmente e, devido as mudanças de temperatura, ele evaporava e condensava, formando pequenos pingos de cachaça nos tetos do engenho. Inclusive, a origem do sinônimo “pinga” teria surgido dessa versão popular da origem do destilado. Outra versão apresentada pelo historiador Câmara Cascudo no seu livro Prelúdio da Cachaça aponta que a primeira cachaça foi destilada por volta de 1532 em São Vicente, onde surgiram os primeiros engenhos de açúcar no Brasil. Nessa versão de Cascudo, foram os portugueses, depois de aprenderam as técnicas de destilação com os árabes, que produziram os primeiros litros da bebida.
Originalmente destinada aos escravos, ela logo caiu no gosto popular. De meados do século XVI até metade do século XVII os alambiques se multiplicaram nos engenhos de São Paulo e Pernambuco. Com a descoberta do ouro e pedras preciosas, a cachaça se espalhou pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais. Embora a cultura da cana-de-açúcar tivesse se desenvolvido em grandes latifúndios, a cachaça sempre se caracterizou pela produção artesanal em pequenos alambiques familiares. Isso ocasionou um fenômeno único próprio do destilado nacional: a enorme quantidade de marcas de cachaça espalhadas por todo o território brasileiro. Estima-se que existam mais de 40 mil produtores atualmente.
Apesar da quantidade de produtores e a recente valorização da bebida pelo mercado são poucas as referências com informações sobre a cachaça. Não há, por exemplo, a construção de uma narrativa que apresente as diferentes versões da origem da bebida ou um estudo que busque se aprofundar sobre a verdadeira história do destilado. Ao estudar a bibliografia voltada ao tema, buscar referencias e histórias nos principais pontos produtores de cachaça e através de entrevistas com estudiosos, academicos, produtores e especialistas o documentário busca trazer essas informações e reflexões, que além de esclarecerem esse detalhe sobre a cachaça fará também um paralelo com a própria história do Brasil.
Por ser considerada a bebida do povo brasileiro, a cachaça representa muito mais que um produto econômico. A bebida é uma das mais significativas expressões da cultura brasileira, sendo representada em diferentes manifestações sociais, religiosas e folclóricas – as diversas histórias sobre sua origem, divergindo entre São Paulo e Pernambuco como primeiro local de produção, a criação do famoso “drink” Caipirinha, às músicas em sua “homenagem” (como a tradicional “Marvada Pinga”, imortalizada pela interpretação de Inesita Barroso), às crendices populares, seus criativos rótulos e os diversos nomes pelos quais o povo a chama.
Compreender todos os aspectos que envolvem a cachaça, interpretando e lançando um novo olhar sobre suas histórias, costumes, tradições e relações com as artes, a música, a gastronomia e o design, possibilita a sua valorização enquanto patrimônio cultural. Os franceses e escoceses fazem isso muito bem ao associar, respectivamente, o vinho e o uísque como elementos de suas identidades nacionais. O projeto do documentário “A Origem da Cachaça” busca fazer o mesmo ao produzir uma narrativa que identifique esses elementos tipicamente brasileiros através de um olhar antropológico, histórico e cultural sobre o destilado.
Deixe uma resposta